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Depois de nosso romântico passeio de bicicleta e de um bom descanso, chegou o momento de experimentar as delícias do restaurante.

Como estava muito quente, optamos pelas mesas externas do restaurante – nós e todos os clientes. 🙂 Apesar de termos ido no jantar, as melhores fotos que temos são durante o dia. Veja abaixo:

Para bebericar, é claro que pedimos pisco sauer e depois um vinho! Eu não lembro mais os nomes dos pratos que pedimos – na verdade nem teria muita utilidade pois o cardápio  já mudou (está disponível para download no site do hotel). Comemos bem, mas eu não iria até lá especialmente pela comida. Vale mesmo por todo o ambiente, toda a experiência.

No outro dia, acordamos sem pressa. Tomamos o café da manhã, fomos até a loja para comprar algumas garrafas de vinho e seguimos viagem rumo a Valparaíso. Concluindo então nossos posts sobre o charmoso Hotel Casa Silva, afirmamos: valeu a pena dirigir 150km apenas para conhecer o hotel. Não estamos falando de um hotel qualquer, mas de uma experiência,  de um estilo de vida.

Que o Hotel Casa Silva é lindo, acho que você já deve concordar comigo. Agora vamos falar sobre as atividades oferecidas pelo hotel.

Na mesma tarde em que chegamos ao hotel, agendamos o Wine Tour, que é incluído na hospedagem. Qualquer pessoa pode participar, mas os não-hóspedes pagam um valor por isso. O tour tem duração aproximada de uma hora e incluí a degustação de 3 vinhos.

Muitas pessoas falam mal do tour oferecido pela Concha Y Toro, mas como não fizemos não temos como comparar. Nós gostamos do tour da Casa Silva. Durante o passeio pelos porões ouvimos a história da vinícola e aprendemos sobre as uvas. Nosso grupo era pequeno, apenas 5 pessoas. Talvez essa seja a diferença para os outros tours próximos a Santiago, os quais acredito terem grupos maiores e por isso são menos intimistas.


Depois do tour, pegamos duas bicicletas para dar um passeio pelo viñedo. Não preciso nem dizer que o cenário é perfeito, né? Pedalamos, pedalamos e chegamos no Clube de Polo e Equitação do viñedo. Não estava acontecendo nenhum competição, mas algumas crianças tinham acabado de fazer aula. Ali também tinha um pequeno bar/restaurante. Tomamos o primeiro pisco da viagem.


Pedalamos mais e chegamos ao Rio Grande do Sul. Ops. Como assim? Ah não, é só a cancha de rodeio da vinícola. Depois de alguns segundos de confusão geográfica, percebemos que os “gaúchos” de lá são diferentes dos gaúchos de cá. Primeiro, eles são chamados de “huasos”. E a competição é feita dentro de uma cancha circular, chamada medialuna e tem como objetivo capturar o animal em um determinado local dessa cancha. Assistimos um pouco e retornamos ao hotel.

Então fomos para o quarto, para descansar e nos preparar para o jantar. Amanhã contaremos a experiência no restaurante.

Desde que eu li no Destemperados sobre o charmoso Hotel Casa Silva, não tirei mais da cabeça a idéia de me hospedar lá. E quando decidimos ir ao Atacama, rapidamente encaixei o hotel no roteiro, mesmo sabendo que a vinícola fica em lado oposto ao nosso destino principal.

Seguimos de Santiago em direção à pequena cidade de San Fernando, um trajeto de aproximadamente 150km, muito tranquilo e bem sinalizado. Como não tínhamos GPS, pois na locadora todos já estavam alugados, fomos à moda antiga mesmo, com mapinha dobrável de papel e aproveitando para entrar no clima de fazenda – ou seja, de não-tecnologia. Sim, é possível sobreviver alguns dias sem internet!

O hotel tem poucas suítes – apenas sete – e esse é justamente um dos maiores charmes do lugar. Some a isso paz, o silêncio, as paisagens bucólicas e claro – o vinho! O lugar não decepciona, tudo que é prometido, é entregue. Decoração impecável, de muito bom gosto. Atendimento exemplar. Detalhes e mais detalhes que tornam o lugar especial.

Eu fiquei mais feliz ainda quando abri a porta do nosso quarto e vi que era exatamente o meu preferido (pelo que tinha espiado nas fotos do site). Olhe as fotos e diga se não é lindo? Com direito a trufas de chocolate em caixinhas com lacre de cera. Chique, muito chique.



Que tal o banheiro? O luxo está na simplicidade.

E a decoração das áreas comuns, não é de muito bom gosto?

Abaixo a horta de temperos do restaurante e a piscina (naquele calor dava mesmo vontade de pular pra dentro – pena que a Tam fez o favor de perder minha mala).

Como temos muitas fotos lindas para mostrar vou dividir esse post em mais de uma parte.

Vá curtindo aos pouquinhos, devagar, sem pressa. No ritmo da vinícola. Amanhã eu falo sobre o passeio de bike, o tour na vinícola e o restaurante.

Vamos falar sobre o Chile novamente? Eu havia parado de escrever pois achei que seria de mau gosto ficar falando sobre este ou aquele hotel/restaurante enquanto uma tragédia abalava o país. Agora que tudo voltou a normalidade, acho que é uma boa hora para retomar as coisas legais que fizemos por lá.

Mas antes de retormar a série, vou contar um “causo” aqui, que tem a ver justamente com terremotos!

Numa manhã de descanso no Atacama, estava eu deitada na cama, tentando acessar a internet e o Vini ao meu lado. O Vini não consegue parar muito tempo quieto e principalmente, me deixar quieta. As vezes estou concentradíssima no computador e ele fica me incomodando ou então fazendo brincadeiras, enfim, chamando atenção.

De repente, o quarto começa a tremer. Eu estava tão concentrada, que achei que mais uma vez era o Vini. Então ele me olha e diz: você está sentindo isso? Eu respondo: sim, é tu sacudindo a cama! E ele: não sou eu não!

E aí caiu a ficha de que não era o meu marido, mas sim um terremoto real.

Imaginem que essa cena toda durou sei lá, 40 segundos. A sensação é igual a de uma turbulência de avião, mas uma turbulência horizontal (em vez movimentos para cima e para baixo, movimentos para os lados).

Foi um terremoto fraquinho, escala 4. A notícia saiu aqui. O quarto sacudiu, mas nada quebrou, nada saiu do lugar, ninguém se feriu. Foi apenas uma aventura, dessas que só é divertida porque não teve nenhuma tragédia. Quer dizer, a única tragédia é eu ter certeza que meu marido incomoda tanto, mas tanto, que eu até o confundi com um terremoto. Socorro!

Nosso roteiro no Atacama estava indo bem. Fizemos o tour astronômico no primeiro dia, Lagunas Altiplâncias e Cejar no segundo, Geyser, Valle de la Muerte e la Luna no terceiro. E ainda comemoramos o ano novo. Ufa! Estávamos podres de cansados e sem nenhuma passeio reservado para o quarto dia. Então fomos atrás de um passeio pelo Salar de Tara. Não esperávamos que seria tão complicado.

Já era tarde, mais de 21 horas. Começamos a buscar de agência em agência, seguindo do fim da Rua Caracoles em direção ao início, incluindo as ruas laterais. Muitas agências já estavam fechadas e outras ou não ofereciam Salar de Tara ou já estavam lotadas. Por alguns momentos, não conseguir o tour era um alívio. Isso significava que poderíamos dormir até mais tarde e recuperar as energias. Mas também significava um dia muito monótono, sem nada para fazer.

Enfim encontramos uma agência com 2 lugares disponíveis. Cinco minutos depois, entram 2 brasileiros buscando pelo mesmo tour. Sinto muito rapazes, pegamos os últimos lugares e daqui até o fim da Caracoles não há nada disponível. E eles dizem que passaram em todas as agências desde o ínicio da Caracoles e nada também. Nos sentimos os mais sortudos!

Mas a agência, que é uma das maiores da cidade, não aceitava cartão de crédito. E o vendedor nos avisou: todos os caixas da cidade estão sem dinheiro. Não!!!! Não podíamos acreditar naquilo. O dinheiro que tínhamos não era suficiente (o tour era o mais salgado de todos: 45 mil pesos por pessoa). Ainda tentamos fazer uma troca no hotel, mas eles também não tinham dinheiro disponível. O vendedor disse que poderíamos deixar um documento nosso como garantia, mas era sábado e ficamos com receio de que não repusessem dinheiro até segunda-feira, dia em que íamos embora. O jeito era desistir mesmo. A única coisa que pensamos foi: @()$*%&$(&%*!

Acordamos um pouco desanimados: e se nos arrependessemos muito por perder o Salar de Tara? Afinal, não pretendíamos voltar ao Atacama. O jeito era relaxar. Fomos caminhar pela cidade, fazer algumas fotos, conhecer o museu Padre La Paige. Mas era 13hs e já não havia mais nada para fazer. O Vinicius  estava mais chateado do que eu e quando sugeriu alugarmos uma bike eu concordei na hora, pois sei que ele ama andar de bike e pratica até dow hill. Só que eu, tirando o passeio super fácil que fiz na Vinícola Casa Silva dias antes, nem lembrava a última vez que tinha andado de bike.

As rotas possíveis eram Valle de la Luna (que já conhecíamos) ou Pukara de Quítor (3km) e Quebrada del Diablo (12km). Adivinha qual rota ele escolheu? Fiquei quieta e pensei com meus botões: beleza, não vou aguentar nem chegar na Pukara, mas vamos lá, quando eu desmaiar ele vai mudar de idéia.

Voltamos para o hotel para trocar de roupa, compramos água e frutas e seguimos rumo. A maior parte do caminho foi tranquila. O Vinicius me perguntava de 2 em 2 minutos: você está bem? Quer parar? Após passar pela Pukara de Quitor (sim, eu consegui!) paramos embaixo de uma árvore para tomar água, comer uma fruta. E bora de novo.

O mais difícil não era pedalar, era pedalar com aquele calor. Tudo que eu queria naquele momento era encontrar uma cachoeira. Ao que o Vinicius respondeu: “não sei se você se deu conta, mas está no meio do deserto”. “Eu sei, mas eu ainda assim posso sonhar com uma cachoeira”.

Depois de muitos quilômetros, chegamos em uma bifurcação. Todas as placas apontavam para o mesmo lado. Mas  o caminho era uma fria, só subidas. Aí eu desisti mesmo. Não tinha como enfrentar aquilo. O lugar era muito bonito, fizemos umas fotos e retornamos.

Ao chegar novamente na bifurcação, passou um pequeno grupo em bike e uma das meninas disse: ali adiante tem uma piscina natural incrível. E aquilo era tudo o que precisávamos. Entramos de roupa e tudo. Nossa temperatura corporal deve ter ido de 1000 graus para 10. Que lugar! O Atacama é assim, cheio de surpresas.

A água gelada nos deu ânimo para reinicar a pedalada. Um morador veio conversar, nos explicou que a Quebrada del Diablo iniciava logo ali e que a placa estava com outro nome: Quebrada Chulacao.

E então iniciamos a Quebrada. Nossa. Que lugar.  A trilha seguia por dentro de pequenas cavernas e muitas vezes precisávamos abaixar a cabeça para não bater nas rochas, que ganhavam um coloração avermelhada com a luz do sol. Por duas vezes tivemos que erguer a bike sobre os altos degraus naturais que se formaram para dar continuidade ao passeio. Seguimos até o fim da trilha, muito felizes, muito impressionados com a natureza. Nem o sol atrapalhava mais, tamanha era o fascínio que o  lugar exerceu sobre nós.

Tá vendo essa foto abaixo? Consegue enxergar o caminho demarcado? Pois essa é a Quebrada del Diablo. Foi um dos passeios mais fabulosos que fizemos e o melhor: não havia mais ninguém lá, só nós e o deserto. A impressão que eu fiquei, é que a maioria das pessoas segue somente até o começo da Quebrada. Ninguém vai adiante. Ou pelo menos, não naquele dia.

Eu me empolguei tanto, que na volta já me sentia uma profissional. Me senti “A” esportista, inclusive derrapando a toda velocidade pela terra fofa que surgia em alguns trechos. O Vinicius se surpreendeu tanto com minha desenvoltura que nem precisava mais se preocupar comigo pelo resto da trilha. Agora me respondam: eu não mereço o prêmio de melhor esposa do ano???

Brincadeiras à parte, nós elegemos esse o nosso passeio favorito. Recomendamos fortemente que vocês o façam também. Não é difícil. Se eu fiz, qualquer um pode fazer também. O melhor horário para iniciar é o que fizemos, lá pelas 14hs/15hs. No início vai estar bem quente, mas na volta será muito agradável. E o preço da brincadeira? Apenas 3 mil pesos por bike.

Esse foi o verdadeiro tour da sorte X azar. Veja bem.

Fizemos a reserva do passeio ainda no Brasil e a agência nos respondeu avisando que o tour estava reservado, mas que dependia das condições climáticas. Além disso, no dia 30 seria o último tour do ano, depois eles encerrariam para um recesso. Ufa. Sorte. Por um dia, quase não conseguimos.

Ao chegar em San Pedro, fomos direto na agência para efetivar o pagamento. Então, lá nos avisaram: “o pagamento será feito somente às 20hs, pois precisamos ver como vai estar o céu”. Naquela semana não tinha saído nenhum passeio porque o céu estava muito nublado. Azar. Ai, ai, ai. Saímos da agência, olhamos para o céu: limpo, limpíssimo. Passeamos pela cidade, compramos os outros tours e retornamos às 20 horas. U-hu, passeio confirmado para às 23hs. Sorte mais uma vez.

Voltamos para o hotel para descansar e colocar uma roupa para enfrentar o frio. Quando colocamos o pé para fora do quarto e olhamos para o céu, não podíamos acreditar: estava tomado de nuvens. Que azar! Chegamos no ponto de encontro e um funcionário avisou que o passeio estava cancelado. E foi buscar a chave da agência para fazer a devolução do dinheiro. Mal podíamos crer naquilo.

Nesse meio tempo, entre buscar chave da agência e devolver o dinheiro para 20 e poucas pessoas, não é que o céu limpou? Como nós ficamos como um dos últimos  da fila, conseguimos nos encaixar no passeio da meia-noite, que aquela altura, estava confirmado. Sorte!

Chegamos no local onde estão os oito telescópios. Alain é francês e é astrônomo e Alejandra é chilena e técnica em turismo. Se conheceram e casaram em 2003 e a idéia de criar este tour aconteceu naturalmente. Alain dá uma aula básica de astronomia enquanto podemos ver  a lua, os anéis de saturno, uma nebulosa, entre outras constelações através de telescópios muito potentes.

Na noite em que fomos praticamente lua cheia, o que pode ser uma sorte, pois fizemos uma foto incrível com um adaptador no telescópio, mas também pode ser um azar, pois a visibilidade das estrelas fica bastante prejudicada. Nem o laser verde, com o qual Alain aponta para localizar as estrelas, funcionava bem, ofuscado pela luz da lua. A má visibilidade combinada com ensinamentos na maior parte do tempo bastante básicos (muitas coisas que você já aprendeu no colégio e que não serão novidade) e o frio, tornaram o passeio de 2hs cansativo. Sim, foi muito legal, mas poderia durar menos tempo. Acredito que numa noite com lua mais tímida, o passeio seja mais interessante.

De qualquer forma, eles são muito organizados e deixam claro que na lua cheia a visibilidade não é a mesma.

Onde encontrar: SpaceObs

Preço: 15 mil pesos/pessoa (R$ 55,00 aproximadamente)

Sem muito tempo para descansar, após uma manhã incrível no Geyser del Tatio, encaramos o Valle de la Muerte. O Valle é chamado assim porque nada cresce ou sobrevive devido ao seu tipo de solo, e está localizado na Cordillera de la sal, que é bem próximo de San Pedro.

Chegando no local, nossa guia nos informou que começaríamos com uma pequena caminhada de 30 minutos, morro acima é claro! A subida não é dificil, mas para quem acordou as 04:00h da manhã somado a um solzinho de 40º, começa a fazer diferença. Já no topo, o visual é de um cenário incrível esculpido naturalmente e mesclado por rochas e dunas, aonde é possível praticar sandboard. Lá de cima, além de admirar o valle, você também pode observar alguns dos vulcões da região.

Como todos sabem, depois de subir e curtir o visual lá de cima, chegou a hora de descer. E aí que vem a melhor parte. Descer correndo duas dunas gigantes. Com certeza é a parte mais light do tour e aonde rolam algumas das fotos mais divertidas. Lá embaixo, mais uma caminhada rápida até nosso transporte. Nós e mais um bocado de areia depois desta corrida pelas dunas.

Na sequência seguimos ao Valle de la Luna, que foi o passeio menos interessante de todos, não só pelo nosso cansaço, mas também se comparado com os outros locais que visitamos. Depois do pôr-do-sol, hora de descansar!

No folheto que ganhamos ao visitar os Geysers del Tatio, havia uma recomendação para consumir comidas leves e não beber álcool no dia anterior à visita. Tarde demais! Como nosso passeio estava marcado em plena noite de ano novo, além de jantar, nós tomamos uma garrafa de champagne. E para completar, só dormimos 3 horas, já que o ônibus passaria para nos buscar às 4h da madrugada. Mas tudo saiu bem, nem chá de coca foi preciso. 🙂

Seguimos para uma viagem de aproximadamente de 2h30, mas eu apaguei imediatamente e só acordei ao chegar no destino final. Não fazia muita diferença ficar acordada mesmo, afinal era noite e não dava para ver nada lá fora.

Faz bastante frio no complexo do Tatio, onde as temperaturas chegam a ser negativas. Fomos preparados com roupa térmica, toucas, luvas, etc. Algumas pessoas relatam sentir um mal estar, causado mudança de altitude (saímos de 2.400m para 4.500m ). Em nosso grupo, todos passaram bem.

Não é à toa que o passeio começa tão cedo, pois é o horário que tem o ápice dos geysers em “ebulição”, com jatos que chegam a atingir 10m de altura. Quando surgem os primeiros raios de sol, a luz reflete no vapor, formando imagens mais bonitas ainda. Ao mesmo tempo, o sol ameniza o frio e logo a temperatura já se torna agradável (mas ainda assim é frio, não se engane).

Os mais corajosos enfrentam a piscina termal, com águas calientes a 33 graus. Nós não encaramos. O café da manhã foi ali mesmo, em meio aos geysers, que já começavam a ficar mais tímidos.

A estrada de volta é um show à parte. Ao longe, quando você menos espera, surge um grupo de vicunhas passeando “felizes e contentes”. Mais adiante, uma outra vicunha solitária observa o movimento do alto de um morro. Ao notar nossa presença, ela sai em disparada, sem dar tempo de fotografar. Contrastando com o marrom das montanhas, encontramos um local de descanso e pastagem para as dezenas de lhamas que lá estavam. Não  adianta, durante todo o trajeto não tem como não parar de falar “lindo”, “fantástico”, “incrível”.

Logo em seguida, chegamos ao povoado de Machuca, que já foi praticamente extinto e que só existe ainda devido ao incentivo do governo que estimulou as famílias a retornarem. Todas as casas possuem placas de energia solar, o que convenhamos, é mais do que adequado num local onde raramente chove.

Por fim, passeamos por uma pequena trilha na Quebrada Guatín, para observar o cactus típico da região.

Algumas pessoas estão curiosas para saber quanto custou nossa viagem para o Atacama. Já falamos sobre os preços dos tours e vamos falar aos poucos sobre restaurantes e hotéis. Mas para ajudar esses leitores, aqui vai um post “resumão” do custo da viagem. Mas já aviso, a palavra que vocês mais vão ler aqui é “depende”.

Passagem aérea: o primeiro “depende” do post. Depende se você vai com milhas ou não. Fiz uma pesquisa no Decolar para uma passagem partindo de SP para Calama no final de fevereiro e o preço mais econômico foi U$718,00. Já para quem vai com milhas  até Santiago, a passagem de  ida e volta  de Santiago/Calama custa entre U$200,00 a U$300,00 (com a Sky Airlines).

Transfer até San Pedro: aproximadamente U$35,00 por pessoa, ida e volta.

Hotéis: Depende do hotel, obviamente. San Pedro tem desde hotéis de luxo a hostals. No Trip Advisor, o preço médio mais barato custa U$62,00 e o mais caro U$900,00. O hotel que ficamos custou U$185,00.

Alimentação: também depende. Nos restaurantes mais legais você vai gastar em média U$25,00 por pessoa (sem bebida alcóolica). Tem vários tipos de restaurantes e também muitos mercadinhos.

Tours: nesse post comentamos sobre os preços dos principais tours oferecidos pelas agências. Custo em torno de R$250,00 por pessoa, todos os tours.

Bom, calculadora em mãos, escolha que tipo de viagem quer fazer e quantos dias pretende ficar no Atacama. Inclua na sua conta muita água mineral e protetor solar.

Nosso primeiro grande passeio foi o tour das Lagunas Altiplanicas, com direito a 3 escalas até lá.

A primeira escala foi em Toconao (ou Valle Escondido), um pequeno oásis em meio ao deserto, com uma população de 800 habitantes que vive principalmente de agricultura e criação lhamas. As construções são feitas com a pedra liparita, de origem vulcânica. A principal atração é 0 campanário que foi construído independentemente da igreja, datado de 1750, que tem telhado e portas feitas de madeira de cactus. No interior da igreja, um presépio muito peculiar: junto às tradicionais imagens somava-se um vulcão com lagarto e flamingos.

A segunda escala foi na Laguna de Chaxa, localizada no setor oriental do Salar de Atacama. A laguna faz parte da Reserva Nacional dos Flamencos.

Vou abrir um parênteses aqui: sabe aqueles passeios pega-turista? Tipo um que fizemos em Jeri, onde prometem muitos cavalos-marinhos e só aparece um único coitado, e você então fica se sentindo meio idiota por ter acreditado? Pois acredite, nesse passeio você não vai se sentir assim! Fecha parênteses.

O cenário é impressionante, cheio de crostas de sal e com um cheiro não muito agrádavel – porém totalmente suportável – exalado pelo sulfato. Em meio às crostas, surge a laguna decorada com os flamingos, que ficam concentrados com a cabeça dentro d’àgua procurando comida (atividade que ocupa 70% de seus dia) ou então se exibindo com voos belíssimos.

São 3 espécies que frequentam a laguna: os Parina Grande, Flamenco Chileno e Parina Chica, mas não pergunte a diferença de um para o outro pois já não lembro mais. Depois de fazer dezenas de fotos dos flamingos, bora para a outra escala.

A terceira escala foi o pequeno povoado de Socaire. A característica principal do povoado é que ele é habitado principalmente por mulheres e crianças. O que passa é que os homens em sua maioria trabalham nas minas, ficando 10 dias fora a trabalho e retornando para 4 dias de folga, sendo que desses dias passam a maior parte do tempo bebendo (a incidência de alcoolismo no povoado é muito alta e é tema de estudo). Os jovens também deixam o povoado para estudar, pois a escola secundária fica em San Pedro e os poucos que buscam ensino superior vão para Calama. Assim as mulheres assumiram a administração e com sua força mantém a a agricultura e o pastoreio além de terem construído uma igreja nova e uma escola primária para as crianças.

Finalmente o destino final: as lagunas Altiplanicas, formadas pela erupção do vulcão Meñiques, há milhares de anos atrás. A paisagem é linda, ao fundo, podemos ver também outro vulcão, o Miscanti. A vegetação ganha uma coloração amarelada, que contrasta com o azul da lagoa. Foi o cenário perfeito para nosso almoço ao ar livre. E fim do primeiro tour!

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